sábado, 13 de junho de 2009

Cuidados com a Medicaçãopara portadores de Alzheimer

A.Tratamento dos sintomas de comportamento: agitação, ansiedade, depressão, alucinações, confusão e insônia.

Antes do uso de qualquer medicamento deve-se fazer um levantamento sobre os possíveis fatores ambientais ou físicos desencadeadores como:

* mudança no ambiente,
* novas doenças,
* trocas de cuidador,
* novos medicamentos,
* evitar essas circunstâncias desencadeadoras, oferecer distração e dar apoio.

Para tratar as consequências mais difíceis de comportamento, como agitação, insônia e paranóia há várias drogas disponíveis que variam de agentes com propriedades sedativas leves a neurolépticos. Quando a medicação é necessária deve-se usá-la na menor dose possível e pelo tempo estritamente necessário, pois muitos dos medicamentos para controle de agitação e agressividade podem piorar a confusão mental ou deixar a pessoa rígida, trazendo dificuldades para a movimentação.

Os neurolépticos (ou antipsicóticos) são usados para tratar manifestações psicóticas (alucinações e delírios) de doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, e também podem reduzir a agitação inespecífica e o comportamento agressivo.

O efeito antipsicótico das drogas é atribuído à sua ação bloqueadora de dopamina, mas elas também têm propriedades anticolinérgicas.Essas drogas são subdivididas em drogas de alta, média ou baixa potência.Quanto maior a potência de um agente neuroléptico, menor sua atividade anticolinérgica, por isso os neurolépticos de alta potência são geralmente prescritos a pacientes com doença de Alzheimer.

O efeito neuroléptico no paciente com doença de Alzheimer é imprevisível, pois o comportamento pode melhorar ou piorar, sendo possível ocorrer sedação exarcebada e mais confusão.Os efeitos tóxicos, principalmente os sintomas parkinsonianos podem ocorrer com qualquer dose.

B.Tratamento dos sintomas cognitivos: visa melhorar a deficiência de memória, corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro.

- Inibidores da acetilcolinesterase: Como os portadores da doença de Alzheimer possuem níveis reduzidos de acetilcolina, um modo de controlar o problema é evitar que a pequena quantidade de acetilcolina produzida seja degradada pela enzima responsável pela sua destruição, impedindo a ação da enzima através dos seus inibidores.

Os pacientes que respondem aos inibidores da acetilcolinesterase podem manter ou mesmo melhorar a função cognitiva durante um período significativo, porém alguns pacientes não respondem à inibição da acetilcolinesterase.

Os inibidores têm efeito sintomático discreto sobre a cognição, contudo apresentam efeitos colaterais, resultantes da hiperativação colinérgica periférica: gastrintestinais, cardiovasculares e outros.

É possível aumentar a atividade da acetilcolina por várias vias e a inibição da enzima que quebra a acetilcolina é apenas uma das formas. Outras incluem aumentar-se a liberação de acetilcolina e estimular diretamente os receptores da acetilcolina. Essas outras vias estão em estudo.

C. Outras modalidades de tratamento em estudo

- Reposição hormonal com estrógeno

O estrógeno, além dos seus efeitos no trato reprodutivo da mulher, no sistema cardiovascular e na estrutura óssea, já demonstrou ter efeitos importantes nas células cerebrais. Há evidências de que promova a sobrevivência das células cerebrais e que também possa beneficiar ligeiramente o processo cognitivo.

-Antioxidantes, em especial a vitamina E

Segundo a teoria dos radicais livres no processo de envelhecimento, várias manifestações de declínio funcional e doenças relacionadas à idade são causadas por um excesso de radicais livres em vários tecidos.

Existem evidências de que o dano causado pelos radicais livres contribui para as lesões nos tecidos cerebrais encontradas na doença de Alzheimer.

Os antioxidantes combatem os radicais livres. Estudos recentes têm investigado a eficácia da suplementação da vitamina E e outras medicações com propriedades antioxidantes na lentificação da evolução da doença. Os resultados são encorajadores.

-Agentes fitoterápicos, como o ginkgo biloba

Na literatura médica existe também o relato de um estudo controlado sobre a formulação específica de ginkgo biloba. Parece que há um pequeno benefício nos processos cognitivos associados ao uso de ginkgo, quando comparado ao placebo. É importante ressaltar, contudo, que as preparações de ginkgo encontradas nas lojas de produtos naturais podem ser bem diferentes daquela formulação utilizada nesse estudo.

-Anti-inflamatórios

Os pacientes com doença de Alzheimer apresentam alterações associadas à inflamação e à função do sistema imunológico, que podem representar um reflexo da atividade inflamatória do cérebro.

A questão é se a inflamação está contribuindo para o fenômeno de deteriorização das células cerebrais ou se isso é só uma reação às placas e emaranhados que, de fato, não causa qualquer malefício.

No entanto, há motivos para vários pesquisadores estarem otimistas quanto à possibilidade de a supressão da inflamação cerebral com drogas trazer benefícios importantes em relação à doença de Alzheimer.

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